RESUMO
Introdução: O presente trabalho verificou a associação entre a exposição aos hábitos de sucção de chupeta e o relacionamento sagital entre os arcos dentários decíduos, considerando-se a relação canino. Método: Para tanto, realizou-se um estudo epidemiológico transversal, de caráter descritivo, em escolas da rede pública da cidade de São Paulo. Três cirurgiões-dentistas previamente calibrados examinaram 561 crianças de 3 a 6 anos de idade. As crianças com hábito de sucção de chupeta foram distribuídas em três grupos experimentais, de acordo com a idade de persistência do hábito: até os 2 anos de idade (Grupo I), dos 2 aos 4 anos de idade (Grupo II) e dos 4 aos 6 anos de idade (Grupo III). Noventa crianças com ausência de hábitos de sucção constituíram o Grupo- controle. Calcularam-se, para cada grupo, as prevalências em porcentagem das diferentes relações sagitais interarcos e os dados obtidos foram comparados pelo teste do Qui-Quadrado (p<0,05). Resultados: Existiu uma tendência de a prevalência da má oclusão de Classe I diminuir e da Classe II aumentar à medida que se aumenta o tempo de exposição aos hábitos de sucção de chupeta. Não se observou associação entre sucção de chupeta e a prevalência da relação de Classe III entre os arcos dentários decíduos. Conclusão: Concluiu-se que os hábitos de sucção de chupeta representam fatores ambientais contribuintes no estabelecimento da má oclusão de Classe II entre os arcos dentários decíduos, principalmente quando persistem além dos 2 anos de idade.
Introduction: This study verified the association between the exposure to pacifier sucking habits and the sagittal interarch relationship in the deciduous dentition, considering the canine relation. Method: In this regard, a transversal epidemiological evaluation was conducted in public schools of the city of São Paulo. Three previously calibrated surgeon dentists performed clinical examinations in 561 children of 3 to 6 years of age. Children with pacifier sucking habits were assigned to three experimental groups according to the age of habit persistence: until 2 years of age (Group I), from 2 to 4 years of age (Group II), and from 4 to 6 years of age (Graup III). The control group comprised 90 children who were habit-free. The prevalences of different sagittal interarch relationship were calculated in percentages, and data were analyzed by the chi-square test (p<0.05). Results: There was a tendency toward a lower prevalence of Class I malocclusion, and a greater prevalence of Class II malocclusion as the period of exposure to sucking habits increased. There was no association between pacifier habits and Class lII prevalence. Conclusion: It was concluded that pacifier sucking habits represent environmental factors which contribute to interarch Class II relationship establishment in the deciduous dentition, mainly when it persists beyond 2 years of age.
